O MERCOSUL ANUNCIOU A FINALIZAÇÃO DE UM ACORDO DE LIVRE COMÉRCIO COM O BLOCO EUROPEU EFTA, FORMADO POR PAÍSES COMO SUÍÇA E NORUEGA.
PARA O PRESIDENTE DA COMISSÃO DE RELAÇÕES EXTERIORES, A ISENÇÃO DE TARIFAS PARA 99% DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS VAI ABRIR DIVERSAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS. REPÓRTER MARCELLA CUNHA.
Em meio à guerra tarifária global, o Mercosul anunciou, durante a Cúpula do Bloco, em Buenos Aires, a assinatura de um acordo com a Associação Europeia de Livre Comércio, conhecida como EFTA.
Desde 2017, o Brasil negociava com o bloco, formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, que não integram a União Europeia.
O Itamaraty desejava incluir no texto políticas públicas em saúde, compras governamentais e inovação, além de cláusulas de comércio e desenvolvimento sustentável.
Segundo o presidente da Comissão de Relações Exteriores, senador Nelsinho Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul, a negaciação destravou após conversas diretas entre parlamentares brasileiros e autoridades suíças e norueguesas.
(senador Nelsinho Trad) "Fico muito feliz com esse desfecho porque tive a oportunidade de receber, aqui no nosso Congresso, delegações da Suíça e da Noruega, com relações e reuniões bilaterais extremamente produtivas, do mais alto nível, o que culminou com o entendimento para a assinatura desse acordo de livre comércio. Também estive no Parlasul, em que este assunto também foi discutido e debatido, com a maioria absoluta dos membros concordando com a assinatura desse acordo. É um momento de celebração do multilateralismo de oportunidades de negócio que formam para o nosso país mundo afora."
Assim que o tratado entrar em vigor, 99 % das exportações brasileiras aos quatro países europeus terão tarifa zero, e o Mercosul ganhará acesso preferencial a um dos mercados mais ricos do planeta.
Juntas, as economias da EFTA produzem cerca de US$ 1,4 trilhão por ano e e somente em 2024, o bloco importou US$ 284 bilhões em serviços.
A Suíça já é o 11.º maior investidor estrangeiro direto no Brasil, com mais de US$ 30 bilhões espalhados por bancos, seguradoras e indústria de transformação e comércio. Já a Noruega é a maior doadora individual do Fundo Amazônia.
Durante a sabatina na CRE, a indicada à Embaixada na Suíça, Maria Luísa Escorel, declarou que o acordo pode permitir que o SUS compre, com melhor preço, remédios do país europeu, conhecido por sua forte indústria farmacêutica.
(Maria Luísa Escorel) "Também podemos trabalhar com a Suíça na área da saúde, porque eles têm uma indústria farmacêutica muito poderosa e nós temos um Sistema Único de Saúde igualmente poderoso e atraente, que atrai a todos. Então, neste Acordo Efta-Mercosul, o nosso SUS também será beneficiado, com acesso mais facilitado a medicamentos, a preços mais módicos etc."
Antes de virar realidade, o acordo ainda terá de ser ratificado pelos parlamentos dos quatro países da EFTA e do Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai.
A assinatura deve ocorrer ainda neste semestre, durante a presidência de turno brasileira no Mercosul. Da Rádio Senado, Marcella Cunha.